Foto publicada pelo presidente dos EUA e compartilhada pela Casa Branca provoca críticas de líderes católicos e acirra debate sobre respeito religioso.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou forte reação internacional ao publicar uma imagem gerada por inteligência artificial em que aparece vestido com trajes papais, sugerindo uma “candidatura” ao posto de pontífice. A publicação foi feita na noite de sexta-feira, 2 de maio, em sua rede social Truth Social, e rapidamente compartilhada pelo perfil oficial da Casa Branca no X, ampliando a repercussão do gesto às vésperas do conclave que escolherá o novo papa.
A imagem, que mostra Trump sentado em uma poltrona, usando a batina branca, mitra e um grande crucifixo, com o dedo indicador apontado para cima, foi interpretada como uma referência à pose de São Pedro, o primeiro papa da Igreja Católica. O contexto da publicação intensificou a polêmica: poucos dias antes, Trump havia dito a jornalistas que gostaria de ser papa, afirmando que essa seria sua “primeira escolha” para o cargo, e mencionou o cardeal Timothy Dolan, de Nova York, como um nome de destaque, embora não seja um dos favoritos no conclave.
A reação da comunidade católica foi imediata. O cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, criticou publicamente a postagem, afirmando que “não foi boa” e expressando o desejo de que Trump não estivesse envolvido na criação da imagem. Bispos do estado de Nova York também manifestaram indignação, destacando o momento de luto pelo falecimento do papa Francisco e pedindo respeito ao processo solene de escolha do novo líder da Igreja. “Não há nada de inteligente ou engraçado nessa imagem, senhor presidente. Não zombe de nós”, declarou um dos bispos nas redes sociais.
A publicação dividiu opiniões entre fiéis e turistas em Roma, sendo vista por muitos como desrespeitosa e inoportuna, enquanto alguns apoiadores consideraram a atitude uma brincadeira. Em meio à repercussão, jornais italianos classificaram o episódio como “infantil” e “ofensivo”, enquanto autoridades do Vaticano optaram por não comentar oficialmente.
O episódio reacende o debate sobre o uso de imagens de figuras públicas em contextos religiosos e políticos, especialmente no atual momento de transição da Igreja Católica, com o conclave marcado para quarta-feira, 7 de maio, e a expectativa global pela escolha do novo papa.
Samir Cesar / Tanabi Noticias
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