A aquicultura brasileira deu um salto tecnológico com o desenvolvimento da primeira tilápia geneticamente editada do país. A iniciativa, liderada pela empresa Brazilian Fish em parceria com o Center for Aquaculture Technologies (CAT), dos Estados Unidos, utiliza edição genética para aprimorar características como crescimento acelerado, eficiência alimentar e rendimento de filé.
A técnica atua sobre a miostatina, proteína que regula o desenvolvimento muscular, permitindo ganhos que levariam décadas em programas tradicionais de melhoramento. O processo, autorizado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), não envolve transgenia – ou seja, não há inserção de genes externos, apenas ajustes precisos no DNA existente.
A meta é reduzir o tempo de cultivo em até 20%, diminuir o consumo de ração e aumentar o rendimento de filé para até 42%, ante os 33% atuais. Os primeiros animais já foram produzidos após dois anos de pesquisas e testes de fertilização in vitro. Agora, passam por avaliações de desempenho antes de entrarem em fase comercial, prevista para os próximos dois anos.
A Brazilian Fish reforça que o projeto segue rigorosos protocolos de biossegurança, com certificação da CTNBio e monitoramento contínuo. A inovação busca tornar a tilapicultura mais sustentável e competitiva, consolidando o Brasil como quarto maior produtor global da espécie.
Samir Cesar / Tanabi Noticias
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