O governo do estado de São Paulo autorizou o abate ampliado de javaporcos em todo o território paulista, como medida emergencial para conter os prejuízos causados pela espécie nas lavouras e no meio ambiente. O decreto foi publicado nesta semana e estabelece um plano de controle populacional, ambiental e sanitário para enfrentar o avanço desses animais no campo.
A proliferação dos javaporcos, resultado do cruzamento entre javali e porco doméstico, vem trazendo impactos diretos à produção agrícola, especialmente nas plantações de milho, soja e cana-de-açúcar. Além dos danos nas lavouras, eles causam degradação do solo, comprometem a qualidade da água e representam risco de transmissão de doenças tanto para animais domésticos quanto para humanos, como leptospirose e toxoplasmose.
O decreto n.º 69.645 declara o javali e seus híbridos como espécie nociva, autorizando o controle em áreas críticas do estado. A medida permite a atuação de produtores rurais afetados, controladores cadastrados, empresas habilitadas, agroindústrias exportadoras e consumidores de carnes, desde que sigam todas as normas técnicas e ambientais estabelecidas no Plano de Ações Javali São Paulo.
Entre as estratégias autorizadas estão o uso de armadilhas, monitoramento com drones e ações coordenadas, sempre sob fiscalização da Polícia Militar Ambiental. Todos os participantes devem estar cadastrados, possuir treinamento específico e garantir que os procedimentos ocorram de forma segura, sem colocar em risco outras espécies da fauna silvestre.
O governo reforça que o controle é necessário para proteger a sustentabilidade das lavouras, evitar prejuízos econômicos e preservar o equilíbrio ambiental. A criação de um Grupo Intersecretarial também está prevista, reunindo representantes de secretarias, especialistas e entidades públicas e privadas para acompanhar o monitoramento e propor melhorias no manejo da espécie.
Samir Cesar / Tanabi Noticias
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