Suplente de vereadora e cantora trans é encontrada decapitada
Corpo foi encontrado decapitado e com sinais de tortura; autoridades investigam possível crime de ódio
Santrosa, cantora trans e suplente de vereadora pelo PSDB, foi encontrada morta na zona rural de Sinop (MT), a 503 km de Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, o corpo da artista apresentava sinais de extrema violência, com mãos e pés amarrados e cabeça decapitada, o que intensifica suspeitas de um crime de ódio. Santrosa havia saído de casa na manhã de sábado (data não especificada) para cumprir compromissos, mas não retornou e também não compareceu ao show programado para aquela noite.
Aos 27 anos, Santrosa tinha uma carreira política em ascensão, sendo suplente de vereadora após concorrer nas eleições municipais de 2024. Defensora dos direitos da população LGBTQIA+ e do acesso à cultura para comunidades periféricas, ela expressava publicamente o desejo de representar a comunidade trans e combater a discriminação. Em outubro, a artista havia reafirmado sua determinação nas redes sociais: "Seguiremos firmes com nossos projetos e sonhos."
Após o desaparecimento, a Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso acionou o Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH), reforçando o pedido por uma investigação rigorosa. Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania declarou que "o crime cruel deve ser investigado para que os responsáveis sejam punidos" e lamentou que o Brasil, há 15 anos consecutivos, lidera mundialmente em mortes de pessoas trans ou não binárias.
Santrosa mantinha presença ativa nas redes sociais, com perfis dedicados à música e à política, onde amigos e admiradores expressam indignação e pedem justiça. A polícia ainda não divulgou informações sobre suspeitos.
Samir Cesar / Tanabi Noticias
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